Escolhendo o Marcapasso certo: um guia completo
Postado em: 25/04/2025
O Marcapasso é um dispositivo eletrônico implantado sob a pele, com a função de regular os batimentos cardíacos. Ele é indicado para tratar bradicardia, bloqueios cardíacos e arritmias graves, prevenindo complicações e promovendo uma vida mais segura e ativa.
A escolha do modelo ideal deve ser feita de forma individualizada, considerando a condição clínica específica, idade, nível de atividade física e estilo de vida do paciente.
Por isso, o acompanhamento com um cardiologista ou arritmologista é essencial para garantir a indicação adequada e a programação personalizada do marcapasso.
Neste artigo, você vai conhecer os principais tipos de marcapasso, como funcionam e o que considerar na hora da escolha. Continue a leitura e entenda, com informações confiáveis e atualizadas, como essa tecnologia pode transformar vidas.

O que é um marcapasso e por que ele é necessário?
Se você recebeu a recomendação de implantar um marcapasso, é natural que surjam dúvidas sobre como esse dispositivo funciona e de que forma ele pode impactar sua qualidade de vida.
O marcapasso é um pequeno aparelho eletrônico implantado sob a pele, geralmente na região do tórax, que emite impulsos elétricos capazes de regular os batimentos cardíacos quando o coração está batendo de forma muito lenta (bradicardia), sem conseguir bombear adequadamente.
Ele mantém o ritmo cardíaco adequado, especialmente em pessoas com bloqueios na condução elétrica do coração ou arritmias que comprometem a eficiência da circulação sanguínea.
Quando indico o marcapasso para meus pacientes?
Nem toda alteração no ritmo cardíaco exige o implante de um marcapasso. Porém, quando o coração não consegue manter um ritmo eficaz, essa intervenção se torna essencial para preservar a saúde e a qualidade de vida.
Costumo me preocupar com a necessidade de indicar o implante quando o paciente apresenta batimentos lentos e sinais como:
- Desmaios (síncope);
- Tonturas frequentes;
- Palpitações ou batimentos irregulares;
- Fraqueza mesmo em atividades leves.
Esses sintomas podem indicar falhas na condução elétrica do coração. Nesses casos, o marcapasso estabiliza o ritmo cardíaco e melhora a circulação, proporcionando mais disposição e segurança para realizar atividades diárias.
Quais são os principais tipos de marcapasso?
Com os avanços da tecnologia médica, os marcapassos se tornaram dispositivos cada vez mais seguros e adaptáveis às necessidades de cada paciente.
A seguir, explico os principais modelos que utilizo na prática clínica:
- Marcapasso de câmara única: estimula apenas uma câmara do coração, geralmente o ventrículo direito. É indicado em casos de fibrilação atrial permanente, quando a contração atrial está ausente, ou quando há limitações anatômicas ou técnicas para a implantação do eletrodo atrial;
- Marcapasso de dupla câmara: possui dois eletrodos, um no átrio direito e outro no ventrículo direito. Essa configuração permite a coordenação entre as câmaras superiores e inferiores do coração, reproduzindo um ritmo mais próximo do natural. É especialmente recomendado em bloqueios atrioventriculares, para manter a sincronia entre átrio e ventrículo;
- Marcapasso para terapia de ressincronização cardíaca (TRC): sugerido para pacientes com insuficiência cardíaca associada à disfunção na contração dos ventrículos, esse modelo ajuda a restaurar a sincronia entre as paredes do coração, melhorando seu desempenho e os sintomas.
- Marcapasso sem fio (leadless): é o modelo mais recente e inovador. Implantado diretamente no interior do coração, dispensa cabos e se apresenta como uma possibilidade quando o paciente não tem acessos venosos para passar esses cabos. Embora tenha indicações específicas e ainda esteja em uso mais restrito, é uma excelente opção para pessoas que necessitam de estimulação ventricular única e não têm condições ideais para o implante tradicional.
A escolha do tipo de marcapasso mais adequado varia conforme o caso e exige uma avaliação clínica criteriosa, além da análise de exames específicos. Os principais incluem:
- Eletrocardiograma (ECG);
- Monitoramento dos batimentos do coração com Holter 24h ou de 7 dias;
- Ecocardiograma transtorácico;
- Teste ergométrico ou teste de esforço;
- Estudo eletrofisiológico, quando indicado.
Cada paciente apresenta características e necessidades únicas, e a definição do marcapasso deve respeitar essas particularidades para garantir eficácia, segurança e qualidade de vida.
A importância da programação do marcapasso
Após o implante, o marcapasso precisa ser programado de forma personalizada, etapa que acompanho de perto com atenção a cada detalhe.
Esse ajuste, feito por meio de um aparelho externo e sem causar dor, define como o dispositivo irá responder às demandas específicas do seu coração.
Em pacientes mais ativos, o marcapasso pode ser configurado para aumentar a frequência durante o esforço físico, proporcionando mais conforto e segurança nas atividades diárias.
Também realizo ajustes sempre que surgirem novos sintomas ou mudanças no quadro clínico. Esse acompanhamento garante o melhor desempenho do dispositivo com o mínimo de desconforto e a máxima adaptação à rotina de cada paciente.
Como é o dia a dia com um marcapasso?
Com os cuidados adequados, a maioria dos pacientes retoma suas atividades normalmente após o implante.
É importante evitar movimentos bruscos, assim como esforços de moderada a forte intensidade, com o braço do lado implantado nas primeiras semanas; também é preciso seguir orientações sobre exposição a campos magnéticos, sinais infecciosos e manter as consultas regulares. Assim, é possível:
- Praticar atividades físicas, orientadas caso caso;
- Viajar, trabalhar e socializar com segurança;
- Sentir-se mais disposto e com menos sintomas.
Nas revisões, avalio o funcionamento do marcapasso, a bateria e, se necessário, ajusto a programação de forma segura, individual e com intuito de aumentar a longevidade do aparelho.
Cuidado completo e personalizado
Como cardiologista e arritmologista, acompanho todas as etapas do tratamento com marcapasso — da indicação ao monitoramento pós-implante — com foco na programação adequada e no ajuste às necessidades do paciente.
As consultas regulares garantem o bom funcionamento do dispositivo e sua adaptação à rotina. Se você tem dúvidas ou precisa de uma avaliação, agende uma consulta comigo. Ofereço atendimento especializado, com atenção ao que importa: sua saúde e bem-estar!
Dra. Vanessa Puche
Cardiologista e Arritmologista
CRM-SP: 173103
RQE: 78624
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